Os egípcios foram os que tiveram, ainda que confusamente, a ideia de escrever as consoantes isoladas. Os povos semíticos ocidentais, habitantes das margens do mar Vermelho e do Mediterrâneo, também pensaram essa hipótese, talvez sob influência dos egípcios, durante o segundo milênio. O fato de que a base das palavras, nas línguas dessas populações, é essencialmente constituída de consoantes, facilitaria os esforços nesse sentido.
Figura 01: Hieróglifo Egípcio
Conforme Higounet (2003, p. 60) “o elo mais seguro da pré-história do alfabeto é a escrita pseudo-hieroglífica das inscrições de Biblos, descoberta por M. Dunand e decifrada por E. Dhorme”. Essas inscrições de Biblos são dez, gravadas em pedra ou bronze, sendo que a primeira foi revelada em 1929, podendo ser datadas do século XV ou XIV antes da nossa era.
Para
E. Dhorme (apud HIGOUNET, 2003) a língua desses textos é o mais puro fenício e
cada escriba tinha a sua disposição mais sinais para representar os sons do que
o necessário. O estudioso aponta, ainda, duas particularidades dessa escrita: o
exemplo da passagem de uma escrita silábica para uma escrita alfabética e o
valor fonético dos sinais sendo independente da sua grafia. Os gravadores de
Biblos acordaram que tal figura representaria tal som, não importando de onde
tenha surgido ou emprestado.
O mecanismo do alfabeto foi alcançado, por diferentes meios e por volta do século XIV a. C., pelos escribas de Ugarit.
Figura 02: Alfabeto cuneiforme de Ugarit
O aspecto da escrita de Ugarit é cuneiforme e a sua língua se classifica no grupo semítico cananeu.
Contudo, é nos Biblos que encontrou-se uma série de textos que possuem rudimentos gráficos da escrita alfabética dos quais nos servimos ainda hoje. Desses documentos, os mais antigos suscetíveis de datação, a inscrição do túmulo do rei Ahiram, a epígrafe de Asdrúbal e as incrições de Abibaal e de Elibaal, são anteriores ao século X.
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